
O Relato de Diego Hypólito
O atleta de ginástica artística, Diego Hypólito, recentemente deu uma declaração no programa de reality show, o Big Brother Brasil, a respeito do sofrimento que teve ao longo da carreira de atleta e que seus efeitos persistem até hoje, com inúmeras lesões em várias regiões do corpo, as quais o levaram a ser submetido a inúmeras cirurgias. Segundo ele: “Foram 11 cirurgias, meu corpo é um corpo debilitado, gente [...] Eu tenho dezesseis pinos na coluna, dois pinos no pé, são seis cirurgias no pé no total... joelho, ombros.”
Realmente é um caso bem emblemático no esporte brasileiro, mas é muito comum de acontecer. É grande o número de atletas que passam por este tipo de acontecimento durante sua atuação nas competições, cada um com seu grau de acometimento.
As Conquistas de Diego Hypólito
Diego Hypólito teve muitas conquistas bem significativas ao longo da carreira. Foi medalhista olímpico em 2016 e no Pan-Americano em 2007 no Rio de Janeiro, campeão de etapas da Copa do Mundo de Ginástica, Campeão Mundial e outras tantas conquistas. No entanto, para aumentar as chances de conquistar tais medalhas, houve a necessidade inerente ao esporte de alto rendimento: treinar e repetir!
A Importância do Treinamento e do Suporte Multidisciplinar
Para um atleta de alto rendimento, o treinamento é o ingrediente preponderante para que ele atinja sempre os melhores resultados. Porém, a atuação de uma equipe multidisciplinar no acompanhamento desse atleta é importantíssima, pois esses suportes, fisioterapêutico, psicológico, nutricional, médico, preparação física, enfim, toda a estrutura necessária para o desenvolvimento do atleta desde a infância, que é o período em que se acessa o esporte e que, como sabemos, o corpo passa por todas as transformações características ao ser humano.
O Papel do Fisioterapeuta na Jornada do Atleta
E nesse complexo ecossistema esportivo, o papel do fisioterapeuta no tratamento, controle e prevenção de lesões é de suma importância na vida útil do atleta. Ele está sempre próximo ao atleta, no dia a dia da rotina de treinos, competições, isso incluindo as viagens. Ouvindo o atleta relatar suas queixas com maior frequência, facilitam-se as condutas fisioterapêuticas e tornam a tarefa deste atleta nas competições, no que tange ao desempenho, mais protegida dos efeitos das lesões em sua atuação.
Duas Reflexões Importantes
Logicamente, como disse, por ser complexo, muitos fatores contribuem para o desempenho atlético. Mas essa reflexão do Diego me fez querer dividir com o leitor duas reflexões. A primeira é o preço alto preço que o atleta paga com seu próprio corpo para obter os resultados esperados, não só por ele, mas por todo o meio esportivo, que envolve clube, equipe, patrocinadores, imprensa especializada e torcedores, isso para falar dos mais visíveis.
A segunda questão é tão importante quanto a primeira e, talvez, seja a principal, que é entender todo esse contexto e saber que, intimamente, o atleta luta por isso, por resultados, por vitórias e que é isso que o move e ele paga esse preço pelos resultados, e esse preço são as marcas no corpo, com cicatrizes, pinos ou placas de metal, que ficam para o público, como exemplo de superação.
Mas, a segunda reflexão é sobre o indivíduo, o Diego, sua história é o tema do texto. No entanto, isso é a realidade de muitos atletas e nunca podemos esquecer que eles são seres humanos e que as marcas que ficam são outras, essas invisíveis aos olhos de todos e que somente o atleta, no seu íntimo, sabe o que acontece. Ele falou sobre isso no programa também, sobre os efeitos após o fim da carreira.
O Olhar do Fisioterapeuta Esportivo
E eu, como fisioterapeuta esportivo, estou sempre atento ao atleta, em seu comportamento como ser humano, pois afinal de contas ele é um ser humano que se tornou atleta e, como todo o processo de desenvolvimento, ficam as lacunas e, estando atento, posso encaminhá-lo ao profissional que vai ajudá-lo em sua trajetória de modo a minimizar as lacunas deixadas ao longo da vida.
Conclusão
Não vamos conseguir fazer com que tudo seja perfeito. Porém, podemos fazer com que tudo seja preenchido com mais lágrimas pelas conquistas muito mais presentes do que de dor nas competições, mas, principalmente, após o fim do ciclo esportivo desse atleta.
Concluindo, o fisioterapeuta é e pode ser muito mais que um condutor de tratamento. Ele pode e deve ser um instrumento de possibilidades de o atleta conquistar não somente medalhas enquanto compete, mas uma vida de qualidade quando se afastar das competições.
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